Fernando Bruno Crestani observa que a arquitetura regenerativa está ganhando força como resposta às limitações dos modelos tradicionais de construção. Mais do que reduzir impactos ambientais, essa abordagem busca regenerar ecossistemas, restaurar paisagens degradadas e promover o bem-estar das comunidades envolvidas. Integrada aos novos empreendimentos, ela representa uma evolução no modo de pensar, projetar e construir espaços urbanos.
O que é arquitetura regenerativa e como ela se diferencia?
A arquitetura regenerativa vai além da construção sustentável. Enquanto a sustentabilidade tem como objetivo minimizar os danos causados ao meio ambiente, a regeneração propõe um passo além: criar soluções que contribuam ativamente para a revitalização de ecossistemas e comunidades.
Segundo Fernando Bruno Crestani, essa abordagem se apoia em princípios da permacultura, da ecologia profunda e da biomimética. O objetivo é criar edifícios e bairros que não apenas coexistam com o ambiente natural, mas que o revitalizem por meio da recuperação do solo, da reintrodução de espécies nativas e da gestão eficiente de recursos hídricos e energéticos.
Aplicações práticas em novos empreendimentos
Nos projetos contemporâneos, a arquitetura regenerativa tem se manifestado de diferentes formas. Entre as mais comuns estão:
- Uso de materiais naturais e locais, como terra crua, bambu e madeira de reflorestamento;
- Infraestrutura verde integrada, com telhados vivos, jardins de chuva e corredores ecológicos;
- Tratamento e reuso da água no local, promovendo o equilíbrio hídrico da região;
- Captação e uso de energia solar, integrando o projeto às condições climáticas do entorno;
- Implantação sensível ao território, respeitando a topografia, os fluxos naturais e a biodiversidade.
Fernando Bruno Crestani indica que incorporadoras inovadoras já começam a incluir essas soluções em seus lançamentos, especialmente em empreendimentos de uso misto ou projetos de comunidades planejadas.
Benefícios sociais, ambientais e econômicos
Além dos benefícios ambientais, a arquitetura regenerativa também promove ganhos sociais e econômicos. Espaços mais verdes, integrados e saudáveis aumentam a qualidade de vida dos moradores, estimulam o convívio comunitário e valorizam o imóvel no longo prazo.

De acordo com Fernando Bruno Crestani, a regeneração cria vínculos entre o espaço construído e a cultura local, o que gera pertencimento e engajamento social. Isso também reduz os custos com manutenção, saúde pública e infraestrutura urbana — já que a própria arquitetura contribui para resolver parte dos desafios urbanos.
Desafios para a integração em larga escala
Apesar de seus inúmeros benefícios, a arquitetura regenerativa ainda enfrenta barreiras para ser implementada em grande escala. Entre os principais desafios estão a falta de normativas específicas, o custo inicial mais elevado, a escassez de profissionais qualificados e a resistência do mercado a inovações menos convencionais.
Assim como aponta Fernando Bruno Crestani, romper com o paradigma da construção convencional exige uma mudança de mentalidade em toda a cadeia produtiva do setor imobiliário. No entanto, à medida que cresce a consciência ambiental e a demanda por soluções sustentáveis, a tendência é que a arquitetura regenerativa se torne cada vez mais viável e desejada.
O papel da inovação e da tecnologia
A tecnologia tem sido uma aliada importante na viabilização de projetos regenerativos. Ferramentas de modelagem ambiental, análise de ciclo de vida, mapeamento de biodiversidade e monitoramento de impacto ambiental estão permitindo que arquitetos e urbanistas projetem de forma mais precisa e integrada ao ambiente.
Fernando Bruno Crestani destaca que a combinação entre alta tecnologia e princípios ecológicos é o caminho mais promissor para tornar os empreendimentos regenerativos mais acessíveis, replicáveis e mensuráveis.
Conclusão: regenerar é o novo construir
A integração da arquitetura regenerativa aos novos empreendimentos representa uma mudança profunda na forma como enxergamos a construção civil. Em vez de apenas evitar danos, passa-se a construir com propósito, responsabilidade e conexão com a natureza.
Na visão de Fernando Bruno Crestani, regenerar é o novo construir — e os projetos que abraçarem essa ideia desde o início tendem a liderar a transformação urbana do futuro. Afinal, o verdadeiro progresso não está apenas em construir mais, mas em construir melhor, de forma que o ambiente e a sociedade prosperem juntos.
Autor: Malvern Quarys